I
Para saber qual o sentido daquele sofrer
Se ver sozinho no mundo a se desesperar
Por tanto querer, por querer voar
Até enlouquecer, se afundar
Vai saber que o desejo sempre existiu
E é o mais puro dentro em nossos corações
E tão infantil, pelas canções
Que sempre se ouviu a nos encantar
Saber também que não se deve confundir
Um sentimento puro assim, e tão do amor
Com uma gana cega de vingança
Quando o amor nos ensina o perdão
Mas alguém que assim vive esse devir
É desprezar maus sentimentos nesta dor
Fazer-se puro tal quando criança
Para sair-se da moral aflição
II
Oh, quanto vem para alguém assim a se encontrar
A se martirizar, a se humilhar
A se sujar, a mendigar
E na boca do povo ser tal
Tem também fugir no mundo a se aventurar
E se a morte não for abraçar
E se a fé constar vai se salvar
E um mundo novo se desvela afinal
Pois se iluminou que sofre foi por sua própria mão
Então não sente mais o ódio nem de si a pena
Mesmo quando a fissura às vezes dói-lhe igual
No esqueleto machucado a sonhar
Então calou, se conformando ao ouvir do coração
Que a alma evolui e se apura a duras penas
E que na vida isso é tão natural
Como é natural o cantar
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