quinta-feira, 27 de maio de 2021

Na Lápide de Zé Moleque

 










Seguiu numa vida desregrada

Que foi assim adotada

Por percalços do amor e quereres

Que lhe trouxeram dores e prazeres

 

Levou a vida em irônica alegria

Tinha lá suas razões de contentamento

Apesar dos aborrecimentos

Das aversões d certos dias

 

Tinha também lá se bem-querer

Ao qual devotava suas atenções

Que era em versos e canções dizer

Do mundo as suas impressões

 

Já ia longe nesse viver

Vendo já a morte a lhe acenar

No cansaço que já sente ter

Pelos sinais no corpo a lhe enviar

 

Já nada mais esperava da vida

Mas da morte o que desse e viesse

Farras e companheiros eram sua lida

Até quando o tempo assim o quisesse

 

Em sua lápide hoje se lê a mensagem

De suas palavras a resumir sua passagem

“valeu ter conhecido desventuras e graças

Ter mergulhado em copos e fumaças

 

Pois foi assim que intensamente vivi

E até que a morte m trouxesse aqui

Muito amei, muito viajei, muito curti

 Muito beijei, muito gozei, muito sorri


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