quinta-feira, 27 de maio de 2021

Ciclo de Miséria



 











Jone nasceu numa favela da cidade

Que ficava próxima a um aterro sanitário

Onde o lixo tantos disputavam

Entre os urubus que ali habitavam

 

Na favela não tinha saneamento

Era esgoto a céu aberto

Tanta criança ali adoecia, morria

Mas Jone sobrevivia


Um dia seu pai alcoolizado

Matou sua mãe a facadas

E foi pagar pena na detenção

 Deixando Jone só no mundão

 

Jone partiu para entre os prédios

Sobreviver na megalópole

Sob marquises dormindo

Dos sopões assistenciais se nutrindo

 

Era mais um morador de rua

Se virando na reciclagem

Cachaça e drogas eram suas diversões

Entre bordoadas da polícia e prisões

 

Jone encontrou sua excluída

Foi fundo e fez um filho

Então voltou para a mesma favela

E foi ali morar com ela

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