Dormem aos milhares sob marquises, muita gente
São tantos na miséria sem uma digna assistência
Entre os moradores de rua crianças e adolescentes
Em containers catam lixo, colhem a sobrevivência
Isso não é um filme não
Nem mentiras que se diz
São apenas, meu irmão
Cenas de algum país
Mortalidade infantil, desidratados, desnutridos
Exploração, trabalho escravo; analfabetos, favelados
Sobem mais as taxas do que o salário esmilinguido
E então se deflagram greves, se faz tudo piorado
Com o salário miserável, o povo passa necessidade
O consumo de álcool, de cigarro e de outras drogas
[ aumenta
Desemprego e vício levam jovens à marginalidade
O que faz as cidades cada vez mais violentas
Isso não é filme não...
Políticos corruptos roubam o povo mais e mais
Não fazem valer seus votos dos dias de eleições
Policiais incompetentes se associam a marginais
Nas cadeias superlotadas explodem rebeliões
Carros blindados, chips no corpo, câmaras nas
[residências
Assim vão se protegendo, e à riqueza os abastados
E a distribuição de renda chega a ser uma indecência
Visto todo esse quadro, é um sofrer de todo lado
Isso não é filme não...
O povo vive comprimido, qual nas lotações lotadas
Aposentados entre mendigos, nas filas do sopão
Marcham os sem terra, os sem teto, os sem nada
Outros vão além fronteira, fugindo dessa aflição
No desespero, igrejas e loterias proliferam
No pão e circo muita gente se conduz
Outros resistem, resistindo porque esperam
Na esperança que um dia não morreu naquela cruz
Isso não é filme não...
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