sexta-feira, 28 de maio de 2021

Cena de Algum País

Fotos e matéria de crianças catando lixo no Canal do Arruda ganham o mundo

 










Dormem aos milhares sob marquises, muita gente

São tantos na miséria sem uma digna assistência

Entre os moradores de rua crianças e adolescentes

Em containers catam lixo, colhem a sobrevivência


Isso não é um filme não

Nem mentiras que se diz

São apenas, meu irmão

Cenas de algum país


Mortalidade infantil, desidratados, desnutridos

Exploração, trabalho escravo; analfabetos, favelados

Sobem mais as taxas do que o salário esmilinguido

E então se deflagram greves, se faz tudo piorado


Com o salário miserável, o povo passa necessidade

O consumo de álcool, de cigarro e de outras drogas

                                                   [ aumenta

Desemprego e vício levam jovens à marginalidade

O que faz as cidades cada vez mais violentas

 

Isso não é filme não...

 

Políticos corruptos roubam o povo mais e mais

Não fazem valer seus votos dos dias de eleições

Policiais incompetentes se associam a marginais

Nas cadeias superlotadas explodem rebeliões


Carros blindados, chips no corpo, câmaras nas   

                                                    [residências                                      

Assim vão se protegendo, e à riqueza os abastados

E a distribuição de renda chega a ser uma indecência

Visto todo esse quadro, é um sofrer de todo lado

 

Isso não é filme não...

 

O povo vive comprimido, qual nas lotações lotadas

Aposentados entre mendigos, nas filas do sopão

Marcham os sem terra, os sem teto, os sem nada

Outros vão além fronteira, fugindo dessa aflição


No desespero, igrejas e loterias proliferam

No pão e circo muita gente se conduz

Outros resistem, resistindo porque esperam

Na esperança que um dia não morreu naquela cruz


Isso não é filme não...

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