O BALANÇO DA JORNADA AVENTUREIRA (O Rap do Sonhador )
I
Esta é a história real
De um rapaz sonhador
Que do fundo de uma dor
Se obcecou no ideal
De se tornar um sucesso
Uma estrela a brilhar
Assim mergulhou nessa aventura
De corpo e alma e então
Vivendo pr’essa missão
Fez-se sua vida tão dura
Contratempos, retrocessos
Fazendo-lhe transtornar
Pois com esse desejo contido
Se fez incompreendido
Sendo bem mais repelido
Do que se fez ser querido
São tantos desiludidos
Por conta das provações
Pois entra em mundo de fantasia
Com isso em que se vicia
Que quase não se sacia
Que chega até agonia
Se desespera uns dias
Convive com assombrações
Pois há fantasmas aterradores
Eu levam lá seus terrores
Forças ocultas, horrores
Causando-lhe dissabores
Chega a rugir uma fera
Num labirinto escuro
E além de lances paranormais
Tem a política a mais
ideologias demais
Uns terroristas e tais
Psicológica guerra
É um terrível apuro
II
E assim seu desatino começa
Se inicia na loucura
Com tanta azoação
Perturbação dá na mente
Lhe muda o temperamento
Fazendo-lhe variar
E assim é que ele tanto tropeça
Sofrendo numa tortura
Que lhe abala a razão
E fica mesmo doente
Conhece grande tormento
A alma a suplicar
E o tanto mal que lhe atacava
Tanto mais lhe balançava
Quase não se segurava
Na onda que se lhe dava
Causando abatimento
Flagelo e desolamento
Contudo ele muito lutava
A gana nele morava
Todo o adverso encarava
E tanto mais que pintava
Se aplicando a valer
No encalço do seu querer
Pois muito firme no que intendia
Em frente mais prosseguia
E o que fosse que mais
Viesse de complicado
Pra fazê-lo variado
Tava disposto a superar
E nesse embalo em que se ia
Tanto mais ele vivia
E assim crescendo demais
Nas coisas dessa ciência
Para seguir na sequência
Teria que caminhar
III
E assim foi que saiu pelo mundo
Cruzou desertos, fronteiras,
Noites e dias andando
Com sol ou chuva e cantando
A boa sorte buscando
E vendo que é mesmo assim
E foi-se como um tal vagabundo
Jogado de forma inteira
E paisagens contemplando
E tanto sol viu raiando
Quão mais foi se motivando
Na direção do seu fim
E tanta a determinação
Na sua clara intenção
Sua força se redobrava
Que quase não se cansava
Cada vez mais aguerrido
No alcance do ideal
E sempre mais nessa projeção
Que era toda sua razão
Passou por dificuldades
Perigos uns de verdade
Em maus lençóis envolvido
Podia lhe ser mortal
Também deu os seus passos errados
Momentos uns desvairados
Certas inconveniências
Quase lhe apressam o final
Fazendo-lhe apagado
Sem sua luz se fazer
Mas sempre retomando sua reta
E persistente na meta
Com tão plena consciência
Praticando afinal
Aprendizados guardados
Acumulando saber
IV
Até que lhe sorriu num momento
A luz do entendimento
Lhe dando o conhecimento
De claro discernimento
Insight claro e real
Num momento tão mal
E a luz fez-se grande e presente
Iluminando-lhe a mente
De um modo incandescente
Eterno e reluzente
Lhe completando a vida
Sendo alenta e guarida
E assim seu bem querer cultivado
O qual trazia entranhado
Fez-se todo turbinado
Pra fazer-se realizado
Com sólido embasamento
No seu pronunciamento
Mensagens que encerram saber
Palavras de perceber
Coisas dum nosso viver
Que não seriam de ver
Não fossem então divulgadas
E assim evidenciadas
E assim revela tanta verdade
Muito fundamentado
Muito tão articulado
Com todo um tanto sentido
Astral em alta-definição
Com toques de perfeição
E assim expõe a realidade
A tantos quanto antenados
Coisas de um mundo velado
Nele se vê refletido
Um que de orientação
Da mais certa direção
E assim mostrou-se em toda potência
Alguém de alta sapiência
Vai inteligentemente
Seduzindo toda gente
Tão vivo e consciente
E de beleza a encantar
E tão mais perseverar
E não parar de tentar
E após muito ter lutado
Que o plano idealizado
Se fez então conquistado
De ser estrela a brilhar
V
E assim é que se dá a história
Deste rapaz sonhador
Que o sucesso alcançou
Pelo que se arrojou
pelo que acumulou
que é seu todo saber
E a luz que brilha em sua glória
Lhe faz tão proeminente
É eterna e tão presente
Um guia pra qualquer ente
Que nela se faça assente
E tornou-se seu viver
Segura força da natureza
Reveste-lhe de firmeza
E lhe confere destreza
Ciência do seu engenho
Ao qual se dá com empenho
E é todo seu bem querer
Faz dele um ser tão mais relevante
De brilho o mais fulgurante
Primando em tantos brilhantes
Um ser que se propagando
Um mundo vai desvendando
Pra quem possa perceber
Se fez foco de luz que irradia
Seja de noite e de dia
Com refinada alegria
Que flui do seu sentimento
Faz o mundo transformado
Tendo se manifestado
E assim nos leva a meditar
Com sua onda a emanar
De tão alto patamar
vibrando a todo momento
Em pulsações cintilantes
Do seu amor tão brilhante
A INVESTIDA
De repente os planos começaram a dar errado
E o tempo em volta se fez fechado
Seu sonho paradisíaco a se transtornar
E fazê-lo real passou a tentar
Deu bastante de caminhar
Assim, muitas milhas foi viajar
Além fronteiras, outros ares
Cruzando terras, rios e mares
Sob sol ou chuva; estrelas, luar
Era expedição por conquistar
Terras e tesouros, fama e glória
Um final feliz pra sua história
Viveu experiências angustiantes
Algo das mais infernizantes
A quase se esgotar se empenhava
Auxílio cósmico... talvez... pensava
Tanto passou por esse intento
Os mais intensos sofrimentos
Momentos densos de ruins
A quase apressar-lhe o fim
Determinado, sempre em frente
Mas tentando um caminho, o mais diferente
Em nenhum lugar se estancou
Seguindo assim então voltou
Mas sem nada daquelas riquezas conquistar
Só sobraram histórias pra contar
E aquele paz um dia perdida
Que reencontrou nessa investida
DORES RARAS
Por maus fatores em conjunção
Menina, bateu tremenda piração.
Daí foi viver altos dramas
Numa vida submundana
Loucuras aprontando
E assim se ferrando
as dores acumulando
Aos troncos e barrancos levando
Leis transgredindo
Com feras bulindo
Alto micos pagando
De otário dando
Com o filme queimado
E sendo caluniado
Seguindo na decadência
D’uma vulgar existência
Rebelde a toda e qualquer religião
Que Deus, Diabo é tudo humana invenção
Que Céu, Inferno, o Mal , o Bem
É tudo fruto da nossa mente também
Tudo por medo da morte
Por fenômenos de toda sorte
Mesmo quando muito mal estava
Era assim que acreditava
Desde que bateu a piração
Vem tentando passar então
Por um estreito apertado
Para um mundo sonhado
Que seus olhos desejosos observam
De uma fresta entre paredes que o encerram
Na redoma de um mundo horrendo
Onde aos poucos vai morrendo
Ah, nesses maltratos, minha cara
a conhecer dores tão raras
Já sem lágrimas para chorar
Busca na música se aliviar
FELICIDADE REAL
Desejo, obsessão
É bem querer
O amor em manifestação
O seu merecer
Seguro no sentimento
Abre-se um coração
Alcance de um intento
Sem ter mais decepção
O mais gigante sonho
É a felicidade real
Um anjo pode proporcionar
Esse viver ideal
Fez-se já tão idos
Os tempos dos males profundos
De aceso desejo embebido
No abandono do mundo
Foi intensa paixão
Sofrimento de amor
Mas mesmo machucado o coração
Insistiu em acreditar
PARAÍSO
Amar
Pode levar a sofrer
Perseverar
Pode levar a vencer
Por um ideal
Também se pode morrer
Viver para o amor
Não há mais belo
Vale tentar
Pois tudo vale
Pois por ele
Se revela o paraíso
NÃO VALE
Vamos na vida
Seguindo com o tempo
Que dura entre início e fim
Vamos com nossos sonhos
Nossos projetos
Para realizar
Vamos antes que a grande
Boca da morte nos engula
Vamos na vida
Vamos sentindo as emoções
Que ela nos reserva
Em nossa convivência
Cheia de complicações
Mas com nossos sentimentos
Aprendemos a viver
Nos moldamos
Fazemos letras, poesias, romances
Discursos e arte em geral
Só não vale mentir
Só não vale se mentir
Só não vale trair
Só não vale se trair
PEQUENO DRAMA DE FINAL FELIZ
Já não fui normal
É triste de ver
Mas n’outros vejo
Então me revejo
Sob o império do mal
Perdi o azul
Lutei pelo
Me joguei
E voltou-me o azul
Quando veio me ver
Você, tudo o que há
O QUE FALTAVA
Sonhara para um breve futuro
Algo que realizasse perfeito
Me empenhei total, dei duro
Joguei na lei de causa e efeito
Tudo o que houvera vivido
Seria toda a minha ciência
Material para fazer construído
Meu intento com a maior competência
Mas a vida se fez descontrolada
Era o sonho em desmoronamento
Já desistia da vontade que tinha
Porém no bojo da intempérie passada
Veio o que faltava pro monumento
O saber que eu precisava e não tinha
PASSARINHO DO POVO
Fustigado, algo novo
Eu passei a intentar:
Pergaminho para o povo
Que se fosse pelo ar;
Instigado, vou de novo;
Vou buscando acontecer,
Qual passarinho do povo,
Do barato vir a ser:
Um sonzino, água ou vinho,
Vou buscando meu caminho;
Pedras, cobras no caminho !
Descaminhos no caminho !
NOTURNO SONHO SOLAR
Noturno sonho de sol
Veio me trazer novo astral
Noturno sonho de sol
Veio me trazer todo o bem
Foi como um mistério a se comunicar
E tinha um som pairando pelo ar
Era muito belo, era só beleza
Veio afugentar um medo, uma tristeza
Não foi difícil para mim interpretar
Algumas vezes me pegava a pensar
Era muito forte, qual fosse real
No mais eu vivia da vida o meu normal
No coração calado
Vivia o sonho quieto
Mas tava em meu destino
De o pronunciar
QUE FILME QUE EU VI
Que filme que eu vi
Instigante como que
Nem tudo entendi
Vê se vai compreender
O vilão era do mal
Corpo e alma destruía
Jogava um no inferno
Onde danava e afligia
O vilão infernizava
Seu poder enfeitiçava
Não havia ser vivente
Que não revirasse a mente
Que filme que eu vi...
De um planeta remoto
Ele veio sabotar
Qualquer plano que houvesse
Para o mundo melhorar
Ele logo seqüestrava
Quem do bem se revelava
Fazia lavagem cerebral
Pra torná-lo um anormal
Que filme que eu vi...
Seu poder como uma droga
Que embota os sentidos
A um mundo estranho transportava
Num vagar sempre perdido
Assim a muitos desantenava
Gente de prédios se jogava
Os hospícios se enchiam
Psiquiatras enlouqueciam
Que filme que eu vi
Mas pintou um diferente
Que a seu poder não sucumbiu
Com a mente mais poderosa
Na sua missão seguiu
E irradiou a energia
Do amor que de si fluía
Todo o planeta envolvendo
Era o bem o mal vencendo
Que filme eu vi...
Essa mesma energia
Castigava o cruel vilão
Que abatido e confinado
Sofria a irradiação
Assim o astral mudou
O mundo bem transformou
Mais um herói reluz seu brado
Mais um vilão derrotado
Que filme eu vi...
UM CARA DEZ
10atinado
10regrado
10articulado
10calibrado
10orientado
10antenado
10organizado
10ocupado
10crente
10interessado
SEU TOLEDO
Seu Toledo, Seu Toledo
Espreitando no segredo
Seu Toledo, Seu Toledo
E eu pensando que é brinquedo
Seu Toledo, Seu Toledo
Levando nos arremedos
Seu Toledo, Seu Toledo
Mas fiquei com muito medo
Seu Toledo, Seu Toledo
Quando me vi num enredo
Seu Toledo, Seu Toledo
Pro meu temor inda era cedo
Seu Toledo, Seu Toledo
Meu engano era até ledo
Seu Toledo, Seu Toledo
Me serviram aquilo azedo
Seu Toledo, Seu Toledo
Fica ouvindo o passaredo
Seu Toledo, Seu Toledo
Na sombra do arvoredo
Seu Toledo, Seu Toledo
Que por aqui eu enveredo
DIFÍCIL
Vai ver que é difícil
Fazer de ser ofício
Ir lá no precipício
No vício que alimenta a ilusão
Melhor fazer comício
Como um bom patrício
Vivendo o armistício
Também é um indício de paixão
A vida é desperdício
Quando lá no hospício
Qual um ser fictício
Parado no início de uma dor
Vem lá dum orifício
Não o do dentifrício
Do não alimentício
O lado estrupício do amor
CENAS DE ALGUM PAÍS
Dormem aos milhares sob marquises, muita gente
São tantos na miséria sem uma digna assistência
Entre os moradores de rua crianças e adolescentes
Em containers catam lixo, colhem a sobrevivência
Isso não é um filme não
Nem mentiras que se diz
São apenas, meu irmão
Cenas de algum país
Mortalidade infantil, desidratados,desnutridos
Exploração, trabalho escravo; analfabetos, favelados
Sobem mais as taxas do que o salário esmilinguido
E então se deflagram greves, se faz tudo piorado
Com o salário miserável, o povo passa necessidade
O consumo de álcool, de cigarro e de outras drogas
[ aumenta
Desemprego e vício levam jovens à marginalidade
O que faz as cidades cada vez mais violentas
Isso não é filme não...
Políticos corruptos roubam o povo mais e mais
Não fazem valer seus votos dos dias de eleições
Policiais incompetentes se associam a marginais
Nas cadeias superlotadas explodem rebeliões
Carros blindados, chips no corpo, câmaras nas
[residências
Assim vão se protegendo, e à riqueza os abastados
E a distribuição de renda chega a ser uma indecência
Visto todo esse quadro, é um sofrer de todo lado
Isso não é filme não...
O povo vive comprimido, qual nas lotações lotadas
Aposentados entre mendigos, nas filas do sopão
Marcham os sem terra, os sem teto, os sem nada
Outros vão além fronteira, fugindo dessa aflição
No desespero, igrejas e loterias proliferam
No pão e circo muita gente se conduz
Outros resistem, resistindo porque esperam
Na esperança que um dia não morreu naquela cruz
Isso não é filme não...
INTRIGA DA OPOSIÇÃO
Pediu ao magistrado
Que lhe desse atenção
Dizendo ser honesto
E que não rouba não
E que essa conversa de que ele é ladrão
É tudo intriga da oposição
Negando o superfaturamento
Desvio de verba
Contas secretas
Sonegação
E diz que essa conversa de que ele é ladrão
É tudo intriga da oposição
Negando tráfico de influências
Compra de voto
Uso de laranjas
Fraude de licitação
E diz que essa conversa de que ele é ladrão
É tudo intriga da oposição
Também disse que na CPI
Bem vai se explicar
Que seu advogado
Vai lhe dar razão
Que essa conversa de que ele é ladrão
É tudo intriga da oposição
E promete vencer
Na próxima eleição
Sendo reeleito
Com alta votação
Que essa conversa de que ele é ladrão
É tudo intriga da oposição
FELIZ ASSIM
Lembro meus tempos em certas horas
Vivia o grande amor enfim
Quisera durasse inda agora
Pois era tudo para mim
Fico tomado de saudade
Foi mais que um belo sonho sim
Mas foi triste realidade
Quando um dia teve fim
Eu sei, fiquei louco
De tanto viver
De tanto amar
Eu sei, não foi pouco
Não vou esquecer
O que está sempre no ar
Eu continuo aqui tentando
O que eu sempre quis pra mim
Quem ama a isso se destina
Só quer amor, amor sem fim
E assim o tempo vai passando
E tudo nem é tão ruim
Há uma luz que ilumina
E que me faz feliz assim
FELICIDADE ETERNA
Por seu fascínio natural
Me fiz seduzido
Tentado
Envolvi-me
Prendi-me
Fiz-me um bobo
Encantado
Apaixonado
Chorão
Não foi brincadeira
Foi funda emoção
E tudo deu em nada
Pior que nada
Deu em drama
Quase me acabo
Meu sofrer só teve fim
Quando encontrei o verdadeiro amor
Amor precioso
Me resolveu
Me fez esquecer
Deu-me felicidade
Felicidade eterna
EU TE AMO COMO QUÊ
Eu te amo como que
Por você eu vou sofrer
Eu te amo pra danar
Por você eu vou chorar
E se um dia você me esquecer
Aí então é que eu vou enlouquecer
E se um dia você me abandonar
Aí então é que eu vou me retar
REBELDIA
O seu amor se foi
Deixando você pra trás
O que é que foi ?
Você não se entende mais
Só sabe que a morte quase lhe leva sem dó
Nunca houvera sentido coisa pior
Nunca houvera sentido coisa pior
Tanto tinha sonhado
Até que tudo mudou
Alegria não mais
Também nunca mais se cala
Com ela cê casaria
Junto dela morreria
O seu amor se foi
Deixando você pra trás...
Rebeldia que lhe deu
Cê ficou mesmo retado
Tão aflito assim por dentro
Oh, meu Deus, mas como fala
Explosão deu-se em seu peito
Quase não tinha mais jeito
O seu amor se foi
Deixando você pra trás...
Normal que alguém a adore
Que aprecie sua graça
Que lhe entregue o coração
E que sucumba de paixão
Mas há de ser bem mais forte
Não vá perder seu norte
O seu amor se foi
Deixando você pra trás...
PROCURANDO POR DEUS
Ah! como é bom
A beira do mar
Ter um amor pra amar
Um ideal a realizar
O mundo conquistar
Mas veio o mau tempo
Gerando contratempo
E fez todo o querer
Longe de acontecer
Assim me deixou
Desnorteado
Viciado
Irado
Repulsivo
Assim me deixou
Frustrado
Decepcionado
Resignado
Cativo
Ah, como é ruim
O mundo vive a tramar
A armadilhas armar
Ai então se enredar
Depois de todo o bom desejar
E veio o tormento
Trazendo maus momentos
Pra me enlouquecer
Ou me fazer morrer
Assim me deixou
Sonhando
Idéias mirabolantes
Lugar só meu
E música popular
Assim me deixou
Meditando
Peregrinante
Por Deus a procurar
CHOVENDO PRA VALER
Tá chovendo pra valer
Vai molhando meu viver
Tá chovendo pra danar
Minha alma a encharcar
É noite e dia toda a água a chover
Meu coração nunca há de esquecer
É note e dia a chuva a se precipitar
Meus sentimentos vão em gotas pelo ar
MENINA
Menina, que fundo sentimento
Despertou em minha vivência
Amor como nunca imaginei
Com tanta paixão e turbulência
Fixação, feitiço, obstinação
Te amei como quê
Não contava com tanto sofrer
Eu te amei pra danar
Não pensava tanto chorar
Cê não me quis mais querer
Eu só soube enlouquecer
Cê não quis continuar
Eu só soube me retar
Menina, que desejo obsessivo
Veio em mim se fincar
Não posso querer esquecer
Mas, sim, mais me apegar
É onde está meu coração
NO VAL DO MUNDO
Qual vagabundo
Mergulhou fundo
O mais profundo
No val deste mundo
A explosivo retornar
Qual vagabundo,
Flagelado e nu
Mergulhou fundo
Tanta era a sede
O mais profundo
E a fúria do cutelo
No Val deste mundo
Seguindo aos troncos e barrancos
Até contrair a incontível tristeza
Qual vagabundo
Mergulhou fundo
O mais profundo
No Val deste mundo
A explosivo retornar
Qual vagabundo
No maior escarcéu
Mergulhou fundo
E eram ondas fartas
O mais profundo
E eram prantos em rios
No val deste mundo
Onde habitam criaturas estranhas
Até transbordar a revoltante dor
VENTO ATREVIDO
Que vento mais atrevido
Veio dentro em mim varrendo
Que vento empedermido
Foi meu mundo desfazendo
Fez-me mal, no chão jogado
Não me pude em pé, oh não !
Vento e jeito de maldade
Fez-me louco sem razão
O vento veio me causar imolação
E desarmar os meus planos de ação
Me jogou longe do querer do coração
Porém caído recomeço tudo então
O vento veio me causar imolação
E desarmar os meus planos de ação
Me atrasou a minha vida um tempão
Mas mesmo velho recomeço tudo então
EM FRENTE
De que serve seu desespero
Indo contra o mundo inteiro
Muito além é que está aquele céu
Tem também que transcender um denso véu
O estrupício em que você se encontrou
Se concerne ao que você procurou
Bem pior que jorra o seu sangue
É uma triste armadilha nesse mangue
Seu sentido de vingança
Se dilata em sua lança
Mais que se envenenou
Seu mundo acabou
No pouquinho de amor que lhe restou
Tente ainda conquistar o que sonhou
Já não dá para você retornar
Resta então a você só mais lutar
DO MUNDO DAS PAIXÕES
Explodem emoções
Do mundo das paixões
Qual fogueiras que ardem
Em vozes que alardem
São lidas de sonhadores
Que se encontram nuns horrores
Revertendo no desejo
Vão fazendo-se lampejos
É desilusão de amor
Corações que choram dor
Numa triste solidão
Queima o fogo da paixão
Explodem emoções...
Um ser fica indignado
Tendo o tapete puxado
Chega até o desespero
Cometendo destemperos
O diabo do batom
É zoeira de um som
Vozerio ventania
No delírio da agonia
Explodem emoções...
É angústia, desventura
Que persegue a criatura
Sou eu quase ferrado
Outro num beijo arrasado
É prisão apartamento
É escravidão tormento
É vida invadida
É vida mal vivida
Do mundo das paixões...
É segredo de estado
É remotíssimo passado
É o meio do deserto
É o futuro incerto
Vem do puro sentimento
Essas explosões ao vento
São de coisas deste mundo
Que na alma marcam fundo
Explodem emoções...
BEIJO ROUBADO
No batom
Um beijo roubado
É transa de mau tom
Do querer equivocado
No desatino
Um desejo reprimido
Sonho de menino
Ser bem sucedido
Alma arrependida
Das más conseqüências
Da experiência
Além da ferida
Já cheia de traumas
Adoecida alma
A se censurar
Como se expressar?
Incontroláveis compulsões
Do resistente ideal
Intempestivas explosões
Fogo contra um mal
Rústico castelo
Do mal espantado
Se ergue no ar
Vive a lapidar
A torná-lo belo
Tão bem acabado
Brilhante, moderno
Firme e eterno
Por mais viver se fez
Por saber de vez
Do verdadeiro amor
Que remove a dor
Que o bem nos trás:
Felicidade e paz.
DEUS LHE VALHA
Deus lhe valha
Nas sucessivas batalhas
Que são desde os prenúncios seus
Até quando seu adeus
Tens um sonho divino
Tão entranhado em ti
Vivê-lo é seu destino
Conquistá-lo é seu fim
Quantas vezes você cair
Outras tantas levantará
Até a sua estrela luzir
Sempre persistirá
O sol, a lua, as estrela
O caminho lhe indicarão
E sabe que só vai tê-las
Enquanto seguir o coração
Enquanto for com a vida
Contigo ela também será
A natureza lhe ensinará lida
Sua mente se fortalecerá
O sonho crescerá incessante
Mais do que o mundo até
Tanto mais se tornará gigante
E saberá fazê-lo dar pé
Deus o encherá de graça
Abençoará o seu amor
E tudo que queira e faça
Terá beleza e esplendor
Da sua história, momentos
Serão para muitos lições
Fundas emoções nos sentimentos
Terá nas suas pérolas, canções
Será luz para tantos
No mal vai dar um nó
Com seu sublime encanto
O mundo fará melhor
SOM E LUZ
Era bobo, era ingênuo
Era tanto que sangrou
Deu desejo bem mais forte
Pintou até um grande amor
Desenhou-se bom futuro
Mas da paz veio uma guerra
Veio vento ventania
Virou vida pesadelo
E em busca do seu sonho
Começou na longa estrada
Encontrou-se num remanso
Construindo suas asas
Baseado na história
Criou sua criação
Prosseguindo no viver
Tudo hoje é som e luz
Câmeras e microfones
Aviões pelas cidades
São hotéis, são bons teatros
Entre gente inteligente
Entre anjos e sorrisos
É conquistado paraíso
Pela fé que resguardou
NOME
Nome vive o sonho
Que tanto almejou
Soube realizar
Uma estrela alcançou
E a fez brilhar
Atirou-se na aventura
Acumulou vivências
Histórias para contar
Sentimentos , experiências
Aprendeu a voar
Passou por maus bocados
Tentou até desistir
Mas o desejo entranhado
Fazia-lhe persistir
De tudo que vivenciou
Não tem muito do que se queixar
Alguma tristeza ficou
Mas tudo veio a calhar
Uma luz que se revelou
Lhe inspira a todo momento
O mau tempo passou
Tem bem mais contentamento
NOVO TEMPO DE SONHAR
Era seu tempo de amar
De sonhar pra valer
Veio o vento lhe pentear
Veio o vento lhe varrer
Se foi o amor seu
Se foram os chegados seus
A dura realidade a voltar
Era duro de aceitar
Deu de se indignar
De se danar
De se retar
De se rebelar
Gostava de ir no mato pensar
De mar
De cachoeira
De rio se banhou
Mais deu a no mato adentrar
De luzes estelares
De lua
De sol se iluminava
Do caminho desviado
Na miséria sem par
Louco desabrigado
Desencontrado a vagar
Aniquilado ser
Talvez fosse sempre ser
Mas deu sorte
Fazendo-se forte
Por um cósmico auxílio
No fim do martírio
Se lhe abriu um sorriso
Redescobriu o paraíso
Novo tempo de sonhar, de amar
E já não lhe incomoda o ventar
NOVA LUZ
Um cometa passou
Uma estrela caiu
Outra estrela brilhou
Nova luz que surgiu
Seu amor não deu certo
Pesadelo do sonho
Cê se descabelou
O diabo pintou
Na lama se jogou
Tantos sarros tirados
Ficou só neste mundo
Na sarjeta jogado
Um cometa passou...
Mas alguém lhe sorriu
Tão feliz companhia
Lhe fez mais se amar
E com tudo atinar
Fez o mal se acabar
Fez sentir-se tão bem
Trouxe a plena bonança
Deu-lhe o maior dos bens
A LUZ EM UM CLARÃO
Invisível prisão
Feitiço e maldição
Envolveu meu coração
Oh triste condição
Amor sem razão
Erro sem perdão
Dor sem consolação
Veio a luz em um clarão
Quando no extremo da aflição
Dar-me a iluminação
Pra compor uma canção
Da mais singela emoção
Oh sublime sensação
Asas da libertação
Vivia na solidão
Tolhido, sem compreensão
Sobre a intrincada questão
Pela luz nesse clarão
Encontrei a expressão
Dessa intensa obsessão
Dessa louca paixão
LIBERTAÇÃO
E então você chegou
E então você chegou
E você chegou
Sobrepujando a própria desgraça
Que lhe fazia um se enterrando
Da vida tomado de assalto
Pra de qualquer maneira
Entrar na negra lista
De suma condenação
De tal mortificação
Mas qual ressurreição
Como o sol você nasceu outra vez
Sua razão libertou o coração
Dos cruéis reveses da perdição
E então você chegou
E então você chegou
E você chegou
Fortíssimo e cheio de graça
Verdades revelando
Falando de tão alto
Para a humanidade inteira
Com o esmero de um artista
De dom genial
De inteligência total
De um poder anormal
Daqueles que arrebata todo um povo de vez
Sua razão libertou o coração
Dos cruéis reveses da perdição
BEM MAIS
Foi
Um escândalo, vexame, vergonheira
Alarido, descontrole, insensatez
Maluquices, bizarrices, tolices
Fricote, viadagem, pataquada
Pieguice, palhaçada, afetação
Na sua revolta, indignação
Não sei de que
Ou sabe-se lá de que
Mas
A persuação de suicídio não venceu
Então viva, viva mais, viva demais
Mais até do que seria pra viver
Sendo bem mais do que sonhava ser
Revelando um mais profundo saber
Sem mais confusão
Só o pleno entendimento
Sem mais complicação
Só o puro ordenamento
Sem mais indisciplina
Nem vã obstinação
O QUE É ?
O que é que você tem rapaz ?
Você está descontrolado demais,
E desatina no mundo sem paz !
Qual foi o bicho que te mordeu?
Quanto alarde, rapaz, você faz !
Vejo que pro seu lado ta difícil
Vejo que a coisa está mesmo feia
Você está numa enrascada infeliz
Rapaz você está mesmo por um triz
Rapaz, ta instaurado o terror
Como você reage com furor
Vejo que tá pegando pra valer
Você não para de se debater
Já não são mais serenos
Os momentos seus !
O que é que você tem rapaz
Que você ta transtornado demais
E desatina no mundo sem paz
Qual foi o bicho que te mordeu ?
Quanto alarde, rapaz, você faz
Será foi droga, cachaça, mulher
Gigante sonho que não deu pé
AO CORAÇÃO DESESPERADO
Coração desesperado
No enredo aprisionado
Não se dê por perdido
Nem por desiludido
Nem pare de acreditar
Que tudo vai mudar
Vem sempre um novo dia
Trazendo nova energia
É só manter-se lutando
Que vencerás voando
Desse triste dilema
Faça então o seu tema
Se liberte com arte
E a tristeza se parte
Sem perder a esperança
Felicidade alcança
Basta que não se entregue
Que seu amor não negue
A vida segue em frente
Vá relutantemente
Em direção do que quer
Sendo o melhor que é
Veja que há gente de luz
Que bons caminhos reluzem
Veja que são toques tantos
São reais, eu garanto
De sonho a realidade
Se faz seguindo a verdade
O SENTIDO DE UM SOFRER
I
Para saber qual o sentido daquele sofrer
Se ver sozinho no mundo a se desesperar
Por tanto querer, por querer voar
Até enlouquecer, se afundar
Vai saber que o desejo sempre existiu
E é o mais puro dentro em nossos corações
E tão infantil, pelas canções
Que sempre se ouviu a nos encantar
Saber também que não se deve confundir
Um sentimento puro assim, e tão do amor
Com uma gana cega de vingança
Quando o amor nos ensina o perdão
Mas alguém que assim vive esse devir
É desprezar maus sentimentos nesta dor
Fazer-se puro tal quando criança
Para sair-se da moral aflição
II
Oh, quanto vem para alguém assim a se encontrar
A se martirizar, a se humilhar
A se sujar, a mendigar
E na boca do povo ser tal
Tem também fugir no mundo a se aventurar
E se a morte não for abraçar
E se a fé constar vai se salvar
E um mundo novo se desvela afinal
Pois se iluminou que sofre foi por sua própria mão
Então não sente mais o ódio nem de si a pena
Mesmo quando a fissura às vezes dói-lhe igual
No esqueleto machucado a sonhar
Então calou, se conformando ao ouvir do coração
Que a alma evolui e se apura a duras penas
E que na vida isso é tão natural
Como é natural o cantar
BELEZAS DA HUMANIDADE
Para compor a canção
É verter do coração
O sentimento com sinceridade
Resistentes, sonhadores
Idealistas, voadores
São belezas da humanidade
E se te dói como se priva da liberdade
A escravidão, a tortura, a sanha da maldade
Tudo aquilo que faz um numa cruel aflição
Tudo aquilo que faz se consumir na perdição
E seja lá que seja destruição final
Ou se ainda vai haver um mundo melhor
Ou seguir o mundo assim é que é o normal
E quem puder que se faça merecer seu sol
Para que ficar inerte a esperar?
Reaja com sua num alto ressoar
Desabafe sua dor, não fique só na espera
Sofrendo na ilusão da sua quimera
Crie asas para voar,
O seu sonho realizar
Não desista de tentar
Persistindo em amar
UNS BONS TEMPOS
Foi assim, rolava um lance legal
Alto astral, gente tio intelectual
Papos cabeça, de cultura em geral
Era mesmo uma festa, e tanto mais
Saraus, confraternizações; era demais
Como um louco eu sonhava
Tornar-me uma estrela do céu aspirava
Mostrar valor eu muito ansiava
Tanto amor, tanta intensa magia
Tanto encanto, um bem querer me envolvia
Mas de repente o astral veio a baixar
Porque alguém começou a debochar
Do cabelo duro de uma nega lá
Bem chateado com aquilo eu fiquei
E as dores da nega então eu tomei
De revolta deu em mim explosão
por toda aquela mangação
Pois começaram a debochar de mim então
Eu passei a renegar aquele mundo
Fiquei mesmo de mal com todo mundo
Eu fiz mesmo a cara feia, tão revoltado
Falei, falei, e falei um bocado
Pelo tanto que eu fiquei indignado
Tudo era tão bom, tudo ruim ficou
Fui viver coisas incríveis, quase minha vida acabou
Nem conhecia bem aquela nega ultrajada
De quem tomei as dores de forma tão indignada
Nem sei mais daquela moçada
Com quem convivi esta forma assim
Comigo ficou tudo bem por fim
Mas daqueles tempos eu sinto muita saudade
Sim, foi um tempo bom de verdade
Amor e sonho era a realidade
Quisera eu poder reviver a parte boa vivida
Aqui no coração guardarei por toda vida
VOCÊ, ENFIM
Então chegou ao fim
O tempo de esperar por ti
Você me apareceu enfim
Sorrindo me fez sorrir
Você me trouxe o seu amor
Acabou o meu sofrer
Minha vida iluminou
Agora é só bom viver
Não sei como seria
Sem a felicidade e paz
Que me deu desde aquele dia
É pura mágica o que você faz
Não mais foi minha vida
Um vendaval sem ninguém
Se fez em sua guarida
Você é todo meu bem
Ainda fico extasiado
Tão bom é contigo estar
Foi bom ter acreditado
Vale tanto te amar
A LUZ
No fim, a luz..
Tomei pra mim...
É longa a jornada
Desde a beira do mar
Andar meio mundo inteiro
E muitos são os que caem naquela dança
Passando acres dissabores
Buscando o sonho dos amores
O AMOR CONTIGO
Se a luz se faz contigo
Em ti vai reforçar
O seu sonho projetado
Para bem realizar
Altruisticamente
Vontade de ser
muito mais lhe dará
sem nada mais temer
a luz que se faz é o amor
a fazer-lhe mais e mais atirado
com a mente totalmente
no seu fim determinado
se o amor se faz contigo
vai lhe fazer valer
e não terá força oculta
nem mal para te vencer
vai, sim , te resolver
será sua solução
mais que lhe afastar do ruim
será sua libertação
O PURO AMOR
Menino ficou muito pirado
E com a mente pra lá de zen
Se iniciou em caminhadas
Pelo seu bairro
Pela sua cidade
Saiu pelas estradas
Por muitas cidades
De vários estados
Do seu país
O que procurava
Talvez nem mesmo soubesse
Tesouro ou asas para voar
Mas garante que encontrou
Fez biscates, peregrinou
Passou perigos e gozos
Hoje faz engenhos e artes
Que se incríveis maravilhas não são
Atestam sua inspiração
Menino foi, menino voltou
Não trouxe nada, mas o puro amor
NOVO ASTRAL
Por você
Por seu sorriso, seu olhar
Há um novo astral
Novos sentimentos
Um novo sol
Um novo dia
Uma nova noite
Um novo luar
Novo brilho nas estrelas
Caminho de luz
Por onde se recomeça os passos
Definitivamente sapiente
Num papel em branco
Reformulações de idéias
Sob um novo prisma
Coerente com esse novo momento
Com o novo saber
Com a nova emoção
Com o novo pensamento
Hoje é muito diferente
Tanto que era demais
Hoje é café pequeno
Tanto não é mais importante
Tanto não compreendia
Quanto não tem mais dor
Tanto que era tempestade
Hoje é apenas copo d’água
Tanto não era o caos
Quantas idéias novas
Quanto seria tristeza
Quantas eras vivi
Desde os tempos remotos
Perdido no tempo
Sem me situar
Por seu sorriso,seu olhar
Vivo contemporaneidade
No terceiro milênio
Do mundo ocidental
ALTO ASTRAL
Bem vivo vivo
Bem sei quem sou
Busquei ser feliz
No verdadeiro amor
Vivo bem satisfeito
Nem com maiores dramas
É o planeta inteiro
Um paraíso pra quem ama
Me preocupa quase nada
Amar é minha razão
A brisa me acaricia
O sol clareia meu coração
Tenho já mais auto-estima
Já melhor me compreendo
Mantenho-me em alto astral
Bons fluidos despreendo
Vivo com bem mais graça
Desfruto um bom viver
Me faço todo inspirado
E manifesto com prazer
Vivo nesse natural
Seguindo meu bom destino
Numa real alegria
E muito melhor de tino
Espiritualizado
Vejo a vida com poesia
Me faço mais sociável
Com bem mais sabedoria
NA MINHA
Injuriado, quis cantar
Para pro mundo pagar
De quando veio um mau vento
Trazendo uns mil tormentos
Tive que ser bem mais forte
Par o norte conservar
Tive que ter sorte
Seu amor me pôs na minha
Pra me conservar na linha
Retomar a paz que tinha
PERFEITO DO IMPERFITO
Fechei os olhos para ver
Enlouqueci para elucidar
Fui fundo até a superfície
Desci ladeira pra no alto chegar
Amei para conhecer o ódio
Sonhei para conhecer o pesadelo
Perdi-me para me salvar
Perdi-me para me encontrar
Muito do belo que o mundo tem
Vem de tanto que é feio também
Como perfeito do imperfeito ser
Qual veneno que mais faz viver
Encontrei a força na plena fraqueza
A alegria na plena tristeza
Do nada tudo trago
Da guerra a paz trago
Alimentei-me para ter mais fome
Bebi para ter mais sede
Fiquei para falar
Fiquei surdo para ouvir
Faço som do silêncio
Vivo dias nas noites
Miro a vida na morte
Do azar trago minha sorte
Muito do belo que o mundo tem
Vem de tanto que é feio também
DESCOMUNAL
Te vi sofrendo
Te vi cantando
Te vi sofrendo
Até demais
Se remoendo
Perdida a paz
Na vida muito louca
Se foi sua alegria
A dor não era pouca
E um fogo lhe ardia
Te vi dançando
Em pleno carnaval
Você estava
Numa bem mal
Te vi voando
Em pleno vendaval
Difícil crer
Que coisa mais descomunal
BEM MAIS
Ouvi o seu estouro
Não foi barulho ouço
Como se fosse ouro
Como se fosse louco
Coo se fosse estalo
Rachando a sua paz
Sequência de um embalo
Indo bem mais, bem mais
Como se envolto em fogo
Fosse o mal queimar
Como se nesse jogo
Tivesse a ganhar
Você pagando o alto preço do sucesso
Sendo tudo, sendo só o seu reverso
E do que sobrou pra mim eu nem te falo
Hoje entendo o que vivia a fustigá-lo
É que eu já saco onde sua prosa se perdeu
No ponto onde você se desentendeu
Foi porque uma vez você amou
De uma forma tal que depois odiou
Mas foi porque uma vez você amou
De uma forma tal que depois odiou
O QUE CANTA UM CANTOR
Eu andei reparando no que canta um cantor
E prestando atenção no que canta um cantor
Eu andei assuntando, eu andei vivendo
E compreendendo o que canta um cantor
Canta um sonho, um desejo, a inocência da infância
Como canta o amor e a humana ignorância
Também canta a sangria de um ferimento
A injustiça, a maldade, a dor, o sofrimento
Também canta a vingança na esperança de ser
A alegria, a amizade, folia, prazer
Mas também ventania, desatino, loucura
Mistérios, sua fé, a doença e a cura
Canta a mão recusada, um alguém que partiu
Por quem tanto esperou, o quanto se ilidiu
Também beijos, carinhos, amores proibidos
Canta a solidão e seus erros cometidos
Desabrigo, aventura, estradas, caminhadas
Canta o sol, o mormaço, chuva, frio, madrugada
Canta luas, estrelas e discos voadores
Natureza, beleza e a Deus seus louvores
Canta a redenção, o descanso a guarida
Canta um final feliz, a terra prometida
Canta o fim da procura, enfim o paraíso
Canta o seu renascer em seu pleno juízo
PROTEÇÃO
Tão revoltado
Por um mal que se arma
Indignado
O coração alarma
E muita gente se alegra com seu penar
E muita gente só quer ver cê se matar
E até que encontre uma saída
É mais inferno a sua vida
É um contexto em que dor em e loucura
Põem à pique a criatura
Eu também fiquei de cabeça tonta
Eu também passei numa muito mal
Eu também fui apenas coração
Eu também me segurei no meu amor
Eu também tem coisas que eu também vi
Eu também tem coisas que eu fui saber
Eu também passei muita desventura
A buscar conquistar toda ventura
Sua fé será sua proteção
Muitas vezes você vai se ver na mão
Tanto mais poderá lhe dar desgosto
Pode até lhe fazer bem mais disposto
CARA FERIDO
Cara ferido, sentido.
Do vermelho manchado.
Findo o desespero,
Aplica-se com esmero
No sonho colorido,
E faz tudo certinho.
Certeza de vencer:
Tudo dominado,
Destino do lado.
Uma última farra
Antes de começar,
Antes de se lançar.
Numa dessas farras,
No mundo, a valer,
Sentiu do mal o ferrão
Bem dentro do coração.
Tanto se indignou,
A tudo renunciou.
Mas engano pensar
Que se pode recusar
Desejo tão caro,
Coração tão raro,
A luz revelada
E que vai iluminar.
O fogo é eterno
Não pode afogar-se;
A alma sustentará
Pela vida o fazer;
O sonho não se massacra
Ou sempre explodirá.
A tudo renunciando
Se fez se abandonando.
Chance sempre haverá
De assim não se acabar.
Sem a conquista sagrada,
Pela lida malvada.
O futuro emaranhado
Sem carinho,
A pensar,
No mais real momento
A voz do sentimento
Indica a direção.
Usa a força
Dispersa no cansaço
E com energia
Atesta pela sua sabedoria
De experiente demais
Um ensinamento a mais,
Numa mensagem tão dolente
Bela e profunda:
Que na vida bela existe
Muita coisa feia e triste.
Como vício corroendo o amor,
Porque este combina com desilusão;
Que tem festa de arromba,
Que ficam embriagados
Que tem penetras e barrados,
Gozadores e gozados.
VERSOS MUSICAIS
Só queria realizar meu ideal
Fazer meus planos em consumação
Alcançando assim felicidade
E não a triste frustração
Em fundos dilemas me encontrei
por caminhos errados me fiz ido
Péssimas sensações conheci
E tanto do meu tempo foi perdido
e tudo é razão de cantar
Dessa vida dura falar
Essa lida dura salientar
Numa história a mais
Em versos musicais
Uns lances sentimentais
Aprendi a erros não repetir
Insistindo nesse querer
busquei sons a me reluzir
fazendo-me crer em vencer
A força de vontade me levou
Fui comprovar realidades
E foi seguindo no próprio amor
Que eu cheguei à verdade
VIOLÊNCIA
Violência gera violência
Mesmo a violência verbal
Ou aquele tapinha
Que dizem que não dói
Mas tem também abuso de oder
Que massacra um pobre trabalhador
E nesse país de tanta miséria
De mendigos e renegados
Tantos passam tantas humilhações
E vão esquecendo na sua cachaça
NA MINHA TERRA TEM
Na minha terra tem
Crenças e Deuses
Sons e danças
Iguarias e palavras
Da cultura primitiva
Dos nativos que viviam aqui
E tiveram seus pares assassinados
Dizimados
Vilipendiados
Afugentados
Na minha terra tem
Crenças e deuses
Sons e danças
Iguarias e palavras
Da cultura primitiva
Dos nativos de terras distantes
Que para aqui vieram forçados
Escravizados
Torturados
Humilhados
Tem alegria da resistência
Tem a tristeza por tal indecência
Tem a revolta pelo que perdura
Tem a euforia pelo poder na luta dura
Tem a cultura do que os séculos moldaram
Nos povos envolvidos que se entrelaçaram
Na minha terra porém
Sendo um lugar sob o firmamento
E que gira sob o planeta
De onde se contempla
A imensidão infinita
Do universo insondável
Nos revelando sol e lua
Estrelas e cometas
Na tal aldeia global
Tem tudo o mais
BRASIL
Brasil
Diversas crenças e religiões
Das mais distintas das nações
De sangrentas lutas políticas
De entidades tão míticas
Brasil
Culturas de etnias em conflito
Independência ou morte é seu grito
Ordem e progresso é a sua diretriz
Com esperança vejo assim o meu país
Brasil
Filosofia e feijoada
Caipirinha, cerveja gelada
Mulheres encantadoras, violões
Da cidade ou do campo dão belas canções
Brasil
Pobreza, futebol e samba
Onde se cria muita gente bamba
Possuis paisagens as mais belas
É tão sublime a sua aquarela
Brasil
Tantas estrelas da sua bandeira
Cintilam no seus céus noites inteiras
Ou fim do mundo ou nova era eu sei te amar
Pois sei que que o sonho em se plantando também dá.
DECISÃO
Eu decidi ser feliz
Apesar de tanta tristeza
Parar de sofrer
Cuidar com carinho do meu ser
Por frustração, desilusão
Quase me fiz destruir
Foi tanta loucura
Qual fosse me divertir
Droga de vida errante
Tentando acertar na trilha
Por alguém, por amor
E nessa lida já tantas milhas
Eu decidi viver em paz
Apesar do espicaço da guerra
Acabar com a depressão
E alegrar o meu coração
Não realizo meu sonho
Por falta de dinheiro
Mas paz e felicidade
Valem mais do que o mundo inteiro
Vou encarar o dragão que me sufoca
E a serpente que faz flagelo de mim
Nem quero mais tanto sol, quero mais sombra
E não me importa qual que será o meu fim.
SOBRE O FIM DO MUNDO
O mundo pode ter fim
Tristeza causa isso em mim
A natureza maltratada
Pode reagir de forma inesperada
Em conseqüências desmedidas
Extinguindo toda a vida
Também por um conflito entre nações
De catastróficas e finais proporções
Ou por um asteróide descomunal
Sacudindo todo o planeta
Ou um vírus tão mortal
que a todos acometa
Claro que nos assustamos
Sentimos por quem amamos
Pelos nossos, enfim
Até por nosso próprio ser
Presentes, sucumbindo em tal fim
Como fim do mundo deve doer
Deve morrer muita gente do bem
Mas vai ser o fim de muito sacana também
CICLO DE MISÉRIA
Jone nasceu numa favela da cidade
Que ficava próxima a um aterro sanitário
Onde o lixo tantos disputavam
Entre os urubus que ali habitavam
Na favela não tinha saneamento
Era esgoto a céu aberto
Tanta criança ali adoecia, morria
Mas Jone sobrevivia
Um dia seu pai alcoolizado
Matou sua mãe a facadas
E foi pagar pena na detenção
Deixando Jone só no mundão
Jone partiu para entre os prédios
Sobreviver na megalópole
Sob marquises dormindo
Dos sopões assistenciais se nutrindo
Era mais um morador de rua
Se virando na reciclagem
Cachaça e drogas eram suas diversões
Entre bordoadas da polícia e prisões
Jone encontrou sua excluída
Foi fundo e fez um filho
Então voltou para a mesma favela
E foi ali morar com ela
NEGONA DO BUNDÃO ( O pagode de negona )
Ói que negona do bundão, do bundão, do bundão
Vai descendo até o chão, até o chão, até o chão
E a galera de zoião, de zoião, de zoião
Querendo passar a mão, passar a mão, passar a mão
Ela chega no pagode desbancando as outras todas
E aí não tem branquinha de bermuda apertadinha
E aí não tem loirinha com um piercing no umbigo
E aí não tem morena de marquinha de biquíni
Todo mundo ta de olho é na negona do bundão
E ela com seu molejo vai descendo, vai descendo
Vai descendo, vai decendo e chamando a atenção
Vai descendo, vai descendo, vai descendo até o chão
E vai até aparecendo a borda de sua calcinha
Não! É calçolão !
Ói que negona do bundão, do bundão, do bundão
Vai descendo até o chão, até o chão, até o chão
E a galera de zoião, de zoião, de zoião
Querendo passar a mão, passar a mão, passar a mão
Ela chega no pagode e vai roubando toda cena
E aí não tem neguinha do bumbum arrebitado
E aí não tem magrinha de cintura bem fininha
E aí não tem gatinha com Seu top modelito
Todo mundo ta de olho é na negona do bundão
E ela com seu molejo vai descendo, vai descendo
Vai descendo, vai descendo e chamando a atenção
Vai descendo, vai descendo, vai descendo até o chão
E vai até aparecendo todo aquele seu cofrinho
Não! É um cofrão !
Ói que negona do bundão, do bundão, do bundão
Vai descendo até o chão, até o chão, até o chão
E a galera de zoião, de zoião, de zoião
Querendo passar a mão, passar a mão, passar a mão
NA LÁPIDE DE ZÉ MOLEQUE
Seguiu numa vida desregrada
Que foi assim adotada
Por percalços do amor e quereres
Que lhe trouxeram dores e prazeres
Levou a vida em irônica alegria
Tinha lá suas razões de contentamento
Apesar dos aborrecimentos
Das aversões d certos dias
Tinha também lá se bem-querer
Ao qual devotava suas atenções
Que era em versos e canções dizer
Do mundo as suas impressões
Já ia longe nesse viver
Vendo já a morte a lhe acenar
No cansaço que já sente ter
Pelos sinais no corpo a lhe enviar
Já nada mais esperava da vida
Mas da morte o que desse e viesse
Farras e companheiros eram sua lida
Até quando o tempo assim o quisesse
Em sua lápide hoje se lê a mensagem
De suas palavras a resumir sua passagem
“valeu ter conhecido desventuras e graças
Ter mergulhado em copos e fumaças
Pois foi assim que intensamente vivi
E até que a morte m trouxesse aqui
Muito amei, muito viajei, muito curti
Muito beijei, muito gozei, muito sorri
CONVERGÊNCIA
Salve salve salvação !
Duma redoma de perdição
Encontrei a libertação
Palavras de gratidão
Se vão deste coração
Nas notas desta canção
Mal estar no mundão
Não mais, nem aflição
Abrigo de amor
Fim duma dor
Uma procura chega ao fim
Vem você a mim
Não tem como eu me enganar
Nem de você duvidar
Me toco sempre mais a perceber
Minha vida só converge pra você
Não tem mais solidão
Não tem mais ilusão
Palavras de gratidão
Se vão deste coração
Nas notas desta canção