Cara ferido, sentido.
Do vermelho manchado.
Findo o desespero,
Aplica-se com esmero
No sonho colorido,
E faz tudo certinho.
Certeza de vencer:
Tudo dominado,
Destino do lado.
Uma última farra
Antes de começar,
Antes de se lançar.
Numa dessas farras,
No mundo, a valer,
Sentiu do mal o ferrão
Bem dentro do coração.
Tanto se indignou,
A tudo renunciou.
Mas engano pensar
Que se pode recusar
Desejo tão caro,
Coração tão raro,
A luz revelada
E que vai iluminar.
O fogo é eterno
Não pode afogar-se;
A alma sustentará
Pela vida o fazer;
O sonho não se massacra
Ou sempre explodirá.
A tudo renunciando
Se fez se abandonando.
Chance sempre haverá
De assim não se acabar.
Sem a conquista sagrada,
Pela lida malvada.
O futuro emaranhado
Sem carinho,
A pensar,
No mais real momento
A voz do sentimento
Indica a direção.
Usa a força
Dispersa no cansaço
E com energia
Atesta pela sua sabedoria
De experiente demais
Um ensinamento a mais,
Numa mensagem tão dolente
Bela e profunda:
Que na vida bela existe
Muita coisa feia e triste.
Como vício corroendo o amor,
Porque este combina com desilusão;
Que tem festa de arromba,
Que ficam embriagados
Que tem penetras e barrados,
Gozadores e gozados.
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